Sabedoria Popular


Se é Primavera e o sol rompe, elas sentam-se no rebate das suas portas e bordam.

No granito da escada, que dá acesso à varanda, juntam-se às duas e três e bordam.

Pelo Verão, procuram a frescura de um alpendre ou de uma latada e bordam.

Na sombra de uma oliveira, enquanto outros comem a merenda, bordam.

Pelo Outono, dão uma fugida a ajudar nas vindimas, mas logo recomeçam, serenas, e bordam.

Se é Inverno e o frio aperta, juntam-se à lareira e, quer de dia quer de noite ao serão, bordam.

Bordam tal como as suas mães, e avós, e as mães de suas avós...







Na minha aldeia,

Não há ódios, mas estimas,

Tem-se amor pela vida alheia,

Todos são primos e primas;

Sem ambições,

Cada qual seu pão granjeia,

E à noite há serões,

À luz da candeia.







Ó povo de Tibaldinho

Ninguém te paga o dinheiro

Vai mostrando o teu valor

Através do mundo inteiro


Tuas belas camponesas

Alegres vão para seus prados

Tuas lindas bordadeiras

Fazem seus ricos bordados